Histórico

Sobre o PPGLE - História

Em 2002, foi criada a Universidade Federal de Campina Grande – UFCG (LEI Nº 10.419, de 9 de abril de 2002 – Presidência da República – Casa Civil – Subchefia para Assuntos Jurídicos), como desmembramento da Universidade Federal da Paraíba - UFPB, esta instituída em âmbito Estadual em 1955 e federalizada em 1960 e da qual a atual UFCG fora Campus II até o ano de sua criação.

Em 1998, foi criada uma Área de Concentração, denominada Linguagem e Ensino, no Programa de Pós-Graduação em Letras - UFPB, com sede no Campus I – João Pessoa, composta por cinco professores do Departamento de Letras (hoje, Unidade Acadêmica de Letras – UFCG) do referido Campus II-UFPB, na cidade de Campina Grande, sendo três com formação em Linguística e dois em Literatura Brasileira, movidos pelo interesse em instituir um espaço para produção de conhecimento sobre questões referentes a ensino de língua, materna e estrangeira, e de literatura. A referida Área funcionou até o ano de desmembramento das universidades, quando já contava com oito professores, realizando pesquisas, com orientação de Mestrado e de Iniciação Científica, cuja produção investigava objetos de estudo como ensino de leitura/produção textual/análise linguística na Educação Básica, formação de professores de língua materna (Português) e de língua estrangeira (Inglês, predominantemente, e Francês) e ensino de Literatura (especificamente, sobre leitura e recepção do texto literário nas práticas escolares da Educação Básica). A produção da Área se organizava, então, em duas linhas de pesquisa: Língua(gem) em contextos de ensino e Literatura e Ensino.

Com o desmembramento, em 2002, esse grupo de professores formulou e encaminhou à CAPES a proposta de criação de um Programa de Pós-Graduação, tendo em vista não apenas manter o espaço de produção específica já em andamento, mas também garantir para a região polarizada pela cidade de Campina Grande e para a nova universidade (UFCG) a formação em nível de pós-graduação stricto sensu. O Programa foi nomeado como Linguagem e Ensino, com uma área de concentração – Ensino-aprendizagem de língua e literatura – com duas linhas de pesquisa, migradas da antiga área do PPG Letras (UFPB): Língua(gem) em contexto de ensino e Literatura e Ensino. A primeira reunia os professores com formação especializada em língua materna (Português) e em língua estrangeira (Inglês, naquela época) e a segunda, os professores com formação em Literatura.

Após visitas e acompanhamento da CAPES, durante o ano de 2003, a proposta foi finalizada, resultando em sua aprovação e credenciamento pelo Comitê Técnico-Científico da CAPES, em reunião realizada em fevereiro de 2004, com início de suas atividades em agosto do mesmo ano.

Em funcionamento, então, o Colegiado iniciou credenciamento de professores-pesquisadores, principalmente, da própria UFCG, interessados em contribuir com a proposta do Programa, sem perder de vista a perspectiva de produzir conhecimento sobre ensino de língua e de literatura. O resultado foi o crescimento do número de professores, de diversas formações: Linguística, Linguística Aplicada, Estudos de Literatura e Ensino e Educação, com diferentes objetos de estudo: formação de professor (português – língua materna, inglês e francês – língua estrangeira), práticas de ensino de línguas e de literatura, leitura e ensino do texto literário, documentos oficiais e livros didáticos, oralidade e ensino, tradução, dentre outros. O crescimento do número de professores-pesquisadores especializados em língua estrangeira: de um, na antiga Área da UFPB, para quatro, sinalizou para o Colegiado a necessidade de criação de mais uma linha de pesquisa – Ensino de Línguas Estrangeiras, criada no ano de 2010.

Desde o início, a Proposta do grupo tem sido produzir conhecimento, a partir de diferentes e complementares formações teóricas, advindas da grande área Letras e Linguística e da Educação, tendo como identidade própria a formação de pesquisadores capazes de proporem compreensões e alternativas de enfrentamento e de resolução dos principais problemas, aqui tomados como científicos, relativos às práticas e à formação dos profissionais de ensino de línguas e de literatura, o que pode ser comprovado pela produção científica do Programa, ao longo de sua existência.

Desse modo, a estrutura acadêmico-científica do Programa de Pós-Graduação em Linguagem e Ensino, até o ano de 2016, organizou-se em uma Área de Concentração - Ensino-Aprendizagem de Língua e Literatura -, com três linhas de pesquisa: A primeira delas, "Língua(gem) em Contexto de Ensino de Português – Língua Materna" (antes chamada "Língua e interação em contexto de ensino"), abrange dois objetos: (1) o estudo da língua(gem), focalizando a natureza e/ou a descrição do fato linguístico/discursivo no contexto das práticas sociais; (2) o estudo do trabalho docente, focalizando a formação e a prática do professor e a construção de objeto(s) de ensino e de identidades. A segunda linha, Literatura e Ensino, fundamenta-se em duas importantes vertentes da reflexão sobre literatura e seu ensino: uma de caráter sociológico, afinada com os pressupostos e os procedimentos analíticos aplicados à literatura brasileira e outra inspirada na estética da recepção e nos estudos sobre metodologia do ensino de literatura. A terceira linha, Ensino de Línguas Estrangeiras, investiga temas relacionados à análise linguística, tradução e questões culturais, bem como tradução intersemiótica, estudos interculturais na relação língua e literatura, discursividade, identidade e formação de professor.

Após visitas e acompanhamento de Comissão da CAPES, durante o ano de 2015, surgiu a necessidade de uma reestruturação do Programa, envolvendo área de concentração, linhas de pesquisa e disciplinas. A Comissão sinalizou algumas modificações para que houvesse uma melhoria com relação aos índices de produtividade e articulação entre os produtos desenvolvidos como dissertações, artigos e projetos. De posse dos comentários atribuídos aos indicadores, foi formada uma comissão interna com membros do Programa, para sistematizar alguns aspectos que deveriam ser redimensionados. Todo o propósito do trabalho norteou-se com vistas a atingir um resultado mais positivo e adequado, proporcionando uma maior visibilidade do Programa.

Em princípio, os aspectos a serem modificados surgiram a partir da compreensão do Programa em seu estado atual (2004-2016), período de vigência, no que tange à organização estrutural, rol de disciplinas, projetos desenvolvidos pelos docentes, dissertações defendidas e regulamentos espelhados na página da web, conforme pode se verificar através do link: http://posle.ufcg.edu.br

Estrutura organizacional do Programa

Com relação à estrutura organizacional, foi consensual a manutenção do título do Programa, em razão da identidade construída e dos produtos desenvolvidos ao longo de sua existência. A primeira reflexão foi repensar o formato de uma única área, antes muito abrangente e generalista, para duas que dessem conta das especificidades dos sujeitos implicados. Dessa forma, definimos duas áreas de concentração, denominadas de ESTUDOS LITERÁRIOS e de ESTUDOS LINGUÍSTICOS.

Após tal definição, partimos para a reflexão dos termos “linguagem” e “ensino” para alavancar outras mudanças, referentes às linhas de pesquisa. Para cada área, alocamos uma linha vinculada ao ensino e outra vinculada à descrição de linguagem(ns), compreendendo, ao todo, quatro e não mais três linhas como até então. Assim, a Linha 1 “ENSINO DE LITERATURA E FORMAÇÃO DE LEITORES” e Linha 2 “PRÁTICAS LEITORAS E DIVERSIDADE DE GÊNEROS LITERÁRIOS” foram ancoradas na área de Estudos literários e a Linha 3 “ENSINO DE LÍNGUAS E FORMAÇÃO DOCENTE” e Linha 4 “PRÁTICAS SOCIAIS, HISTÓRICAS E CULTURAIS DE LINGUAGEM” ficaram na área de Estudos Linguísticos. Segue a descrição das ementas de cada uma delas com a alocação dos respectivos professores:

1. ENSINO DE LITERATURA E FORMAÇÃO DE LEITORES - As pesquisas derivadas dessa linha fundamentam-se em duas importantes vertentes da reflexão sobre literatura e seu ensino: uma com os pressupostos e os procedimentos analíticos aplicados ao texto literário em língua materna ou estrangeira (traduzida ou não) e outra aos estudos sobre metodologia do ensino das literaturas. A primeira vertente orienta a análise e a interpretação produzidas a partir da interação entre a tradição da crítica literária e as práticas pedagógicas vivenciadas nos espaços escolares e a segunda pretende contribuir para a formação de leitores do texto literário com possibilidade de mudança de seus horizontes de expectativa.

2. PRÁTICAS LEITORAS E DIVERSIDADE DE GÊNEROS LITERÁRIOS - Essa linha de pesquisa apresenta como objeto o estudo das práticas de simbolização e ampliação da linguagem literária através dos processos de atualização e reatualização de textos literários. Fundamenta-se nos pressupostos da Crítica, apoiando-se nos Estudos de Cultura, nos modelos de análise de imagens verbais e não verbais e nos métodos de análise textual. A linha congrega investigações acerca das formas de produção e circulação da obra literária e suas práticas de leitura e de retextualização registro de gêneros literários em diversas realizações verbais e visuais.

3. ENSINO DE LÍNGUAS E FORMAÇÃO DOCENTE - Esta linha investiga questões relativas a fenômenos linguísticos vinculados ao ensino de línguas bem como questões relativas aos processos e percursos de formação docente para o ensino de língua materna ou estrangeira. Interessa-se por temas referentes a transposição didática, materiais didáticos, sujeitos e contextos de ensino, identidade, saberes, trabalho e profissionalidade. Do ponto de vista teórico, esta linha relaciona-se aos estudos em Linguística Aplicada vinculados a outros campos de saber cuja contribuição subsidie investigações sobre as práticas de linguagem implicadas nos objetos focalizados.

4. PRÁTICAS SOCIAIS, HISTÓRICAS E CULTURAIS DE LINGUAGEM - A linha tem como objetivo investigar as práticas de linguagem em contextos sociais, históricos e culturais diversos, focalizando, principalmente, as relações entre linguagem e cultura, linguagem e discurso e linguagem e tradução. As práticas de linguagem são pensadas enquanto processos simbólicos de constituição e representação de sujeitos e sentidos, de construção e reconstrução de identidades e memórias, considerando a multiplicidade das linguagens e das línguas e suas diferentes materialidades. Teoricamente a linha se apoia em pressupostos dos campos dos Estudos do Discurso, da Tradução e da Cultura. Após a discriminação das linhas, revisamos as disciplinas existentes, adaptamos algumas e criamos outras para a acomodação ao novo desenho. Além disso, procuramos um formato de distribuição que oferecesse maior flexibilidade tanto em relação ao número de créditos quanto em relação aos interesses específicos dos projetos a serem desenvolvidos, pelos docentes e discentes. As disciplinas foram denominadas como básicas, complementares e intercaladas. As básicas relacionam-se às áreas de concentração, e as complementares e intercaladas estão vinculadas às linhas. Elenco de disciplinas:

Disciplinas básicas: Pedagogia da leitura literária (Área de Estudos Literários- Linhas 1 e 2), Teorias Linguísticas: Bases e perspectivas (Área de Estudos Linguísticos-Linhas 3 e 4); Tópicos de Pesquisa I e II e Seminários de Pesquisa I, II e III (ambas asáreas).

Disciplinas complementares: Literatura brasileira: História e historiografia; Estudo analítico do poema e Narrativas em contexto de ensino (Linha 1); Literatura de cordel, Tópicos especiais em Literatura e Literatura infantojuvenil (Linha 2); Tópicos de Letramento, Tópicos de conhecimento linguístico e ensino, Tópicos de Textualidade e Discurso e Tópicos Avançados em Estudos Linguísticos (Linha 3); e Estudos e práticas de Análise do Discurso, Estudos e Práticas de Tradução; Tópicos Especiais em Linguagens (Linha 4)

Disciplinas intercaladas: Teorias de ensino, Formação docente e Linguística Aplicada (Linhas 1 e 3); Linguagem, História e Cultura e Literatura e outras linguagens (Linhas 2 e 4).

A forma de distribuição das disciplinas em relação às linhas cumpre uma necessidade de articular objetos de ensino com objetos de investigação. Assim, a oferta depende dos interesses dos pesquisadores (docentes e discentes) em relação aos objetos de estudo. Juntos e articulados, disciplinas e projetos funcionam para produzir conhecimento, fortalecendo áreas de atuação e fomentando grupos de pesquisa. Essa foi uma alternativa pensada para definir a situação do/a mestrando/a, ao defender a dissertação. Ao verticalizar conteúdos em função das áreas de atuação, ele/a passa a ser denominado/a de Mestre em Linguagem e Ensino com Área de Concentração em Estudos Literários ou Estudos Linguísticos.